22 de out. de 2008

De famoso a otário.



O jornalista Arnaldo Jabor, 68, escreveu:
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(...)"Este artigo é uma adesão explícita aos dois candidatos: Gabeira e Kassab;
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Gabeira e Kassab podem ser dois "Obamas";
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Gabeira pode desconstruir uma velha mentira carioca e Kassab uma recente mentira paulista"(...)
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Jabor, um homem maduro, respeitado, apóia candidatos a prefeito no Rio e em São Paulo. Louvável sua atitude, apesar de já há muito manjada. Pena que seus patrões não tenham o mesmo peito de dizer abertamente quem apóiam.
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Arnaldo Jabor pretende ser a cara da intelectualidade brasileira. Deve acreditar no que fala, pois seu gestual é de convicção quando se refere às esquerdas, como se a intelectualidade estivesse do seu lado. Como se tudo o que diz fosse verdade. Mas verdades que poucos conhecem, só os mais intelectualizados, os mais cultos. Os mais tucanos!
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Sabe como ninguém usar as palavras no Jornal da Globo – pena que a audiência seja tão baixa no horário – com aquela cara de quem tudo sabe, que tudo vê. Bem Big Brother.
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Seu grande medo, como o de seus patrões, é que o poder fique definitivamente nas mãos das esquerdas. Certo, ele tem lá suas razões, pois valorizar as culturas populares não dá muito ibope a pessoas de seu “nível”, com sua capacidade intelectual primeiro-mundista. Pior, é que os governos de esquerda fazem surgir uma classe média ignorante, que mal sabe ler e que não consome literatura; que gosta de pagode e churrasco na laje. Talvez essa seja uma das razões para seu ódio quase intestinal contra Luis Inácio, o presidente operário que gosta de cachaça, churrasco e futebol.
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Luis Inácio é o anti-tesão de Jabor.
O PT o faz brochar do alto de sua intelectualidade.
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Sempre que vejo ou ouço Jabor me vem a lembrança a figura de Diogo Mainardi. Não que eu ache que eles tenham muita coisa em comum; Mainardi é um Pedro de Lara mau humorado, um clown dos tempos modernos, enquanto Jabor é uma espécie de funcionário de repartição pública, aquele que segue as ordens da chefia botando prá quebrar de cima de sua “otoridade” de cidadão superior aos demais.
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Ambos, Jabor e Mainardi, acreditam que são donos de uma capacidade de saber mais que os outros; se julgam seres especiais que precisam ser ouvidos e, para tanto, utilizam seus neurônios pós graduados em benefício da humanidade. Só isso explica a comparação de Gabeira/Kassab a Barack Obama!
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Aplaudo o cineasta, jornalista, ex técnico de som, comentarista, etc, por ter assumido apoio aos candidatos da direita, Gabeira e Kassab. Arnaldo Jabor odeia a democracia. Seus partidos preferidos, PSDB e DEM, odeiam a democracia; odeiam saber que um torneiro mecânico foi mais eficiente que um intelectual da Sorbonne, FHC, que com tantos títulos deveria ter sido o melhor presidente da história do Brasil. Qual o quê! Lula é o que é melhor avaliado pela população. Mas, às favas o povo que sobe na laje e ouve pagode! Somos subdesenvolvidos e Arnaldo Jabor e seus patrões sabem o que é melhor para nós, brasileiros!
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Do Eu Te Amo, de 1981, pouca coisa restou. Sua fama na telona quase não existe. Uma pena. Eu fui seu fã.
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Assim como é uma pena ele ter amarelado e se curvado ao desejo de seus patrões. De famoso, virou otário. Um mané. Deixa que o usem, e do alto de sua santa ingenuidade, acredita que fala verdades que são suas.


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