1 de set. de 2009

Central Globo de Armações.

A CARA DO DESESPERO

O que vou reproduzir abaixo é a entrevista concedida pelo Sr. Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, ao Jornal da Globo.

Na noite de 31 de agosto, a Central Globo de Armações se esforçou imensamente para "desmontar" o projeto de criação da PETROSAL, estatal que irá administrar a produção de petróleo do pré-sal.
Convidaram este "especialista" para dizer que dará errado. Ele disse.

Vamos à entrevista:

William Waack - Este projeto (Pré-Sal) reinstitui a forte presença do Estado. Isso é elogiável ou criticável?


Adriano Pires – É criticável. A gente está fazendo um retrocesso na politica de petróleo e gás no Brasil. Dos 4 projetos o governo – exceção ao do Fundo Soberano – está introduzindo a reestatização do setor.

Cristiane Pelajo – Empresas estrangeiras sempre foram muito importantes na exploração de petroleo, até agora. Como elas devem encarar estas mudanças?

AP – O que está preocupando as empresas petroliferas, neste contrato de partilha, é o fato da Petrobras passar a ser monopolista na operação dos campos do pré-sal que não foram licitados; na verdade vc está convidando as empresas petroleiras para serem meras parceiras financeiras da Petrobras e isto pode ser que afaste as petroleiras tradicionais do Brasil. Por outro lado, este modelo pode atrair as chamadas empresas nacionais, né, como as chinesas. Hj a China tem dinheiro sobrando e ela pode querer comprar reservas de petroleo no Brasil. Mas como as empresas chinesas não tem tradição na operação, este tipo de modelo pode ser interessante para as empresas chinesas e outras empresas nacionais. (sic)


WW – Vamos focar um pouqunho no papel da Petrobras, aparentemente muito destacado, ela ganha uma participação minima de 30% nos blocos do pré-sal, é benéfico, a médio prazo, para nossa principal estatal?

AP – Olha, eu acho que não é benéfico não; acho que o governo está vendendo uma imagem errada, falsa, né. Pq vamos pensar no seguinte: a capitalização seria interessante para a Petrobras, mas é uma capitalização que vai vir (sic) do governo, então na verdade o governo vai tentar ter uma maior participação acionária na Petrobras, onde ele só tem 32%. Isso significa uma intervenção politica na empresa. Por outro lado, ao dar o monopólio da operação nos campos do pré-sal ainda não licitados, o governo introduz um risco na Petrobras. A grande vantagem do modelo atual era que a Petrobras ia nos leilões da ANP, escolhia o bloco que ela queria comprar e o parceiro que ela desejava ter. Agora, o governo vai obrigar ela (sic) a ser monopolista... voce reintroduz um risco. Antes da lei 9478 a Petrobras tinha 100% risco; agora no novo modelo, o governo está dando 30%, no minimo, de risco para a Petrobras. Acho que isso não é nada interessante para a empresa.

WW – Adriano Pires, presidente do Centro Brasileiro de Infra Estrutura, boa noite.

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A última resposta do "especialista" é uma pérola. Diz que antes o risco era 100% e, agora, 30%. E ainda insiste em dizer que não é interessante. Outra parte da farsa é dizer que apenas 32% das ações da Petrobras estão em poder do governo. Ele não diz que 51% das ações com direito a voto são do governo, portanto, a administração é do governo federal.
Por falar em pérola, este mesmo senhor disse, em entrevista ao site ÚNICA - União da Indústria de Cana de Açúcar, em 2004, o seguinte, referindo-se ao novo modelo de energia elétrica que o governo Lula, do PT, estava implantando:
Qual é o futuro do setor elétrico diante da nova regulamentação? Duas alternativas: ou o governo libera os investimentos das estatais e, conseqüentemente, abre mão do rígido controle das variáveis macroeconômicas como, por exemplo, da inflação, ou o fantasma do "apagão" estará de volta em 2008. A conferir.
Ele quis dizer que teríamos ou inflação em 2008, ou o "apagão". Conferido, nem um nem outro!

Ele sabe das coisas ...

A chiadeira toda da midia mais comprometida do planeta é por causa da regulamentação da exploração do Pré-Sal em véspera de ano eleitoral. O desespero é eles não poderem privatizar este recurso natural, que servirá para elevar o Brasil à categoria de país desenvolvido num futuro próximo.

Ao vincular os recursos obtidos na exploração de petróleo à saúde e educação, teremos garantia de investimentos nestas áreas sociais. Isso sempre foi bandeira do Partido dos Trabalhadores e, sobretudo, de Luis Inácio. Agora, diante de uma realidade concreta, a oposição, amparada na mídia, reclama, pois sabem que perderam o passo da história.

O Brasil irá se desenvolver com alavancagem de investimentos do Estado, sim senhor. Esta é a regra clara que está sendo implantada pelo PT; a prova da necessidade da presença do Estado na economia está nas atitudes que os Estados Unidos tomaram para debelar a crise internacional.

Enquanto isso, alguns espertinhos, os mal intencionados, preferem desqualificar o projeto do Pré-Sal ao invés de participar com opiniões, debates e sugestões.

Dá nisso ter uma oposição sem caráter, que dita as manchetes de jornal e a pauta de jornalistas com o rabo preso. Aos ratos do esgoto.

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