18 de mai. de 2010

ACORDO NUCLEAR.

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Recebi três emails de leitores que querem saber mais informações sobre o acôrdo mediado por Lula, com o Irã.

A história é bastante simples. Mas vista de ângulos diferentes, pode parecer trágica e perigosa.

Do lado iraniano, a história é energia elétrica. O país precisa de combustível para gerar energia, e o urânio enriquecido a 20% serve para usinas atômicas.

Do lado ocidental, mais exatamente Estados Unidos e Israel, o discurso é que o Irã pode, com urânio enriquecido, produzir bombas atômicas e atirá-las onde quiser.

Pode. Mas não fará. Pela simples razão que, se iniciarem uma guerra atômica, receberão de volta dezenas de bombas que se encontram em bases na Europa do Leste e Oriente Médio, prontas para o disparo. Inclusive, de Israel.

A missão do Presidente Luis Inácio tinha uma única finalidade: fazer cumprir a proposta do P-6 (Alemanha, EUA, China, França, Inglaterra e Russia), aliás, proposta pelos próprios iranianos e aceito pela cúpula, que era a troca urânio bruto  por urânio a 20%. Assim, não precisariam processá-lo e o temor ocidental seria diminuido.

É claro que o Irã pode esconder parte do urânio e enriquecê-lo, mas o fato de aceitar um acordo com a comunidade internacional é o elemento chave do sucesso para o controle das supostas armas nucleares iranianas.

Lula, como mediador do conflito, ao lado da Turquia, tinha aquilo que faltava para finalizar o acôrdo: confiança!

Em outubro do ano passado, a idéia de troca de urânio foi aceita pelos negociadores ocidentais, que pediram ao Irã detalhes, como quantidades, números e datas. O governo iraniano pediu um prazo e nunca respondeu a essas questões. Tinha medo. Não confiava. Acreditava que se enviasse urânio pobre nunca receberia seu equivalente enriquecido, nem teria de volta sua matéria prima.

Com a presença de Lula, a conversa foi diferente. Acôrdo fechado, apesar das desconfianças norteamericanas e israelenses.

Pode ser que nada dê certo neste acôrdo. Pode, até, ser que o Irã já esteja produzindo sua bomba atômica e a jogue sobre Israel. Pode ser que Ahmadinejad seja um ator digno de Oscar, ao comemorar, ao lado do Brasil e da Turquia, uma vitória.

O fato é que nunca antes na história deste país um Presidente da República teve tanta influência e credibilidade diante de conflitos internacionais desta magnitude.

Se alguém pensou que Lula pode ganhar o Nobel da Paz, acertou!
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