29 de set. de 2010

Direita no Brasil: fim melancólico.

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Seja no 1º ou no 2º turno, está se desenhando a sucessão de Lula de uma forma absolutamente clara: a preferência da população pelo projeto social do Partido dos Trabalhadores.

Não fosse assim, Dilma Rousseff nunca teria tamanha vantagem sobre seus concorrentes à vaga do Planalto. Inclua-se, aí, todos candidatos e a imensa maioria da imprensa corporativa e seus articulistas metidos a formadores de opinião.

Está nitida a opção da imensa maioria dos brasileiros por um projeto de desenvolvimento com distribuição de renda, notadamente diverso das politicas concentradoras de renda em prática até 2002.

Não apenas Dilma Rousseff terá margem expressiva de votos sobre seus adversários, como está se compondo uma bancada de apoio no Congresso Nacional - Câmara e, sobretudo, Senado – solidamente de esquerda, através dos partidos aliados ao PT.

Hoje, ainda resistem alguns expoentes da direita conservadora no cenário nacional. José Serra, o candidato prestes a ser derrotado, está liquidado politicamente. Não só por não ter mais idade para concorrer em 2014, como por ter perdido a noção moderna de fazer politica. Temperamental, desagregador e autoritário, seu jeito de atuar não o levará a lugares mais longe que o estado de São Paulo.

Uma nova geração de politicos conservadores está tentando ocupar um espaço cada vez mais reduzido. Nomes como Aécio Neves e Rodrigo Maia, PSDB e DEM, respectivamente, pretendem angariar os votos de menos da metade de um terço dos brasileiros, os que votam na direita. Precisarão adaptar seus discursos a uma nova linha politica, mais atual, com maior caráter desenvolvimentista e social; terão que incorporar a seus discursos a presença mais ativa do Estado na vida do cidadão. Afinal, é assim que Dilma Rousseff será eleita.

Velhos caciques, até pouco tempo bem cotados em eleições, como FHC, o nefasto, estão condenados ao esquecimento. Jorge Borhausen, Tasso Jereissati, Cesar Maia, Jarbas Vasconcelos, Joaquim Roriz, entre outros, estão no ocaso da vida politica. Muito próximos do fim.

Um fim melancólico, porque, desprezados por seus eleitores, não lhes resta alternativa senão agarrar-se com força aos velhos conceitos neoliberais. A exceção é Geraldo Alckmin, cuja liderança se restringe aos limites do estado de São Paulo. Um nome que não resistiria às urnas de qualquer outro estado do Brasil.

Espero, para o bem da democracia, que esta nova direita seja capaz de promover debates inteligentes no Congresso Nacional. Caso contrário, restará o papel de oposição às seis ou sete familias que controlam os meios de comunicação, os grandes grupos midiáticos, o que é, também, danoso para a evolução da democracia, pois estes visam, tão somente, beneficios para si próprios.

A alternativa é a midia independente, blogs e sites incluidos. Não como provedores de noticias, mas como difusores de opinião. Quanto mais diversidade de pontos de vista houver, mais estaremos próximos da verdade e da capacidade de formação de opinião.

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