30 de out. de 2010

Debates são inúteis.

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Candidato, vá até o painel!
O senhor tem 2 minutos para responder!
Seu tempo acabou! 


Se você precisa decidir seu voto à partir de debates como estes todos que vimos nas TVs, alguma coisa está errada. Se, para dizer o que se pretende fazer na área da agricultura, por exemplo, em apenas dois minutos, for suficiente para um eleitor decidir por este ou aquele candidato, é sinal que se dá pouca importância a quem vai dirigir este país.

Estamos elegendo um Presidente da República, não quem vai para o paredão do reality show.

As emissoras de TV - a imprensa, de modo geral - querem transformar a democracia em teatro, cujos personagens, reais, devem ter uma performance diante das câmeras que atraia o voto do indeciso para ocupar o cargo mais alto da República.

Para isto, bastaria colocar dois atores que falassem em nome de seu candidato, ou dois pugilistas de boxe,conforme o caso. Não é assim que se constrói uma democracia sólida.

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A banalização do debate cronometrado de idéias, com um mediador-pop-star que corta o som quando expira o tempo, tem um propósito: desviar o foco das reais necessidades e transformar o processo eleitoral num espetáculo que gera audiência e tráz anunciantes.

A finalidade da grande midia corporativa brasileira, comprometida com interesses os mais escusos, é fazer o telespectador adotar um padrão de comportamento manipulável; o eleitor passa a ser um mero consumidor daquilo que o diretor de TV deseja.

Se não é isso, compare este processo midiático-eleitoral a qualquer BBB da vida, onde o "poder" do jogo está nas mãos de quem escolhe quem deve ir ao paredão; criam a sensação, dando um ar de importância, a quem escolhe uma das duas opções oferecidas: Disque 080013 para eleger Dilma, ou 080045 para Serra!

O que está em jogo é muito maior que os pontos de ibope que a emissora terá.

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Nesta eleição, particularmente, estão colocados dois projetos bastante distintos. E fáceis de identificar.
São duas propostas já testadas no país: a proposta neoliberal tucana-pefelê e a continuidade do capitalismo social lulista. As diferenças, gritantes, estão claras nos números de um e de outro

Se é progresso que queremos, quem mais contribuiu para o desenvolvimento do Brasil nos últimos 16 anos?

Reside nesta constatação a forma manipulada que a imprensa corporativa transformou o processo eleitoral. Ou, tentou transformar em espetáculo cinematográfico um debate de idéias muito mais sério e decisivo, mas que não interessa aos donos de jornais. Preferem cooptar a consciência do eleitor-consumidor para que ele escolha esta ou aquela marca de sabão em pó!

Entretanto, o salto econômico social produzido pelos 8 anos de governo Lula, do PT, produziu consequências que deverão ser percebidas amanhã, domingo 31. A população, mesmo a mais pobre e menos intelectualizada, tem os instrumentos necessários para escolher seu candidato com menos intuição - como querem as Globos - e mais racionalidade. E assim o fará.

Estamos a um passo de nos tornar independentes da vontade de meia dúzia de familias que controlavam as mentes dos telespectadores. Daqui em diante, continuem a fazer novelas, mas  deixem em paz a consciência individual do eleitor.

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