23 de set. de 2012

CAIXA DOIS: O EXTERMINIO.

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Está se configurando uma obra de engenharia financeira digna de prêmio Nobel: a extinção do Caixa Dois.

O que antes era uma poderosa ferramenta de sonegação, hoje, o Supremo Tribunal Federal está prestes a decretar que este instrumento, se um dia existiu, não existe mais.

As empresas que se cuidem, pois o crime passa a ser extremamente mais cruel e as possibilidades de ir parar em cana, imensas. Sobretudo se o Ministro J. Barbosa for o relator de seu processo.

No entendimento do STF, o dinheiro que circulou no financiamento de campanhas políticas representa suborno. Ou seja, se um partido político recebe numerário de outro, independente dos acordos firmados anteriormente, é dinheiro e corrupção, sujo, manipulado por quadrilha cujo objetivo é compra de apoio parlamentar.

Mesmo que esse apoio tenha vindo da oposição, por parlamentares que não estão no processo – como tucanos e pefelistas no episódio da votação do marco regulatório da energia, em 2003 - ou por membros do próprio partido que se encontra no poder.

Ponto final.

Depois de decretada a sentença da Ação Penal 470, todos os partidos políticos, pessoas físicas e jurídicas no Brasil surpreendidos com dinheiro não contabilizado serão punidas no rigor da lei, não sendo mais aceito o argumento de Caixa Dois, visto que estará exterminado.

Resta o alívio em saber que todos os Vereadores, Deputados Estaduais e Federais, Prefeitos, Governadores e Presidentes da República serão punidos, pois como a velha mídia sempre diz, nenhum presta!

Não há exceção.

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18 de set. de 2012

E AGORA, PETRALHAS?



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O que tinha que ser feito, Lula fez ao apontar o rumo que o Brasil precisava.

E como precisava ... durante séculos as gentes foram jogadas nas periferias, amontoadas em “condomínios BNH”, quilômetros de distância do local de trabalho, perdendo duas, três, quatro horas só de deslocamento para ir servir os patrões em ônibus abarrotados de outros, igualmente, pobres. Quando tinham emprego, é claro.

Nós não éramos os degenerados, por mais que nos quisessem fazer crer. Os degenerados eram os que mandavam no país, pela força do capital e da influência política. Os amigos do Rei. O Rei, era Tio Sam.

Qualquer livro de História do Brasil comprova que eram sempre os mesmos donos, os ricos, brancos e limpos (e cheirosos). Nós, negros e sujos.

(Preciso confessar que sempre fui classe média, branco e limpo, até descobrir ser negro e sujo! Isso lá pelos anos 70. Mas não vem ao caso).

De repente, de um galpão de metalúrgica surgiu um torneiro-mecânico sem dedo e sem estudo, negro e sujo: o diabo é que ele falava bem, apesar dos erros de português; pegava o microfone e, de cima do caminhão de som, começava a dizer coisas com aquela voz rouca, olhava nos olhos, chegava bem dentro de nós com as palavras incultas que dizia! Cara bom ... o Luis.

Nós o elegemos Presidente da República, para aterrorizar os brancos e limpos! Eles, os de sempre, acharam que nunca daria certo, que o cara faria uma merda sobre a outra ... deixaram! E se arrependeram ainda em 2005. Mas tinham o plano da desmoralização: colar nas costas de Luis o cartaz: CORRUPTO. E pronto. Voltaria tudo ao normal.

A mídia, velha e com os mesmos leitores de sempre, se engajou até o pescoço na tarefa de derrotar Luis e todos nós. Tanto, que a oposição sentou em cima do escândalo chamado “mensalão”. Acharam que era assim que se faziam as coisas.

Esqueceram de nós. Negros e sujos passaram a ter acesso ao supermercado; filhos, à escola e, até, Universidade. Compramos carro financiado em trocentos e dez meses, mas era nosso carro, da cor que sempre sonhamos. Comprei yogurte e viajei pro nordeste, de férias. Primeira vez na vida que tomei um avião ... me caguei de medo mas fui. Vi na fila do embarque tantos outros negros e sujos como eu que me senti aliviado. Se eu morrer, dane-se!

O grupo de poder que se instalou em 1500 viu-se constrangido de ter que dividir seu espaço. Culpa do apedeuta, que não conseguiram derrubar. E que se reelegeu. E que elegeu seu poste. E que seu poste se reelegerá!

O que passa pela cabeça dessas lideranças coronelistas demo-tucanas que esqueceu da massa? A mesma massa que aprova Luis, dois anos depois do fim do mandato, em mais de 85% ... Como é que alguém que foi incluído no mercado de trabalho aceita, quieto, a “desinclusão”??? Somos todos ignorantes, sem dedo, negros e sujos!

Eu não sou negro e sujo. Sou mais. Sou fedido!

Sou a mulher com o rosto roxo de tanto apanhar que vai prestar queixa na delegacia da mulher; o cara que sai com uma LCD nas costas das Casas Bahia e subo no telhado prá ajeitar a antena. Sou quem vai colocar insufilm no carro zero; 

sou PETRALHA e tenho um orgulho danado de ter sido rotulado assim!

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Editorial da folha* de hoje pede mais iniciativa privada e quer que o BNDES não escolha mais os setores ou empresa que vai subsidiar. Chegou a hora de avançar com incentivo ao mercado de capitais.

Traduzindo: pô, vou ficar sem? Esqueçam o bolsa-familia e o empréstimo à microempresa a juros baixos! Prá quê criar empregos, prá ter que dividir poltrona de avião e ruas engarrafadas comigo? Chega!

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O que o STF está promovendo, no curso do julgamento do “mensalão” nada mais é que a resposta que parcela da sociedade, os mesmos, nos dão depois de terem engolido o crescimento com distribuição de renda: o retrocesso político!

Mas não pensaram na nossa astúcia como, aliás, não pensaram antes: não nos deixaremos enganar e vamos resistir.

AGORA, PETRALHAS, É CONOSCO!

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Deixo um agradecimento especial ao meu amigo Antonio Borges, negro e sujo, por ter me aberto os olhos!
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* Este blogueiro recusa-se a grafar os nomes dos jornais folha, globo e estadão, e da revista veja, com as inicias maiúsculas.
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16 de set. de 2012

EJACULAÇÃO IMORAL.

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O regozijo quase ejaculatório da velha midia noticiando o dia-a-dia do Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470, vulgo "mensalão", confirma o que já estamos carecas de saber: o jornalismo rasteiro do Brasil é a única forma de oposição política nos tempos do Partido dos Trabalhadores!

Esta tese está claramente demonstrada diante do atual quadro eleitoral, onde a oposição consegue vitórias - apertadas - pontuais e perde espaço mesmo com o bombardeio de notícias contra tudo o que remete a Lula, Dilma e o PT.

A sede de destruição do que foi conquistado na última década, leia-se, geração de emprego com distribuição de renda, leva ao contra senso de tratar o eleitor como intelectualmente incapaz somente quando este elege os partidos não-alinhados com o atraso.

Para ser claro: para a imprensa, quem não vota em demo-tucano é burro!

A imoralidade de certos veículos de comunicação abusa da mentira e da ironia, mesmo sabendo que seus leitores, cada vez mais escassos, não decidem seu voto baseado em suas reportagens.

Dois bons exemplos são a edição de hoje da revista veja* e a coluna de Josias da folha*.
Não vou comentar sobre o conteúdo da veja* por julgá-lo perda de tempo.
Sobre a coluna de Josias, o simpático sujeito da imagem ao lado, deixei mensagem em sua página virtual, como se pode ler na montagem.

Seu texto, numa tentativa irônica de ser bem humorado, pretende que o sistema carcerário deva ser melhor equipado para receber políticos e empreiteiros que serão condenados pelo STF, para oferecer mais conforto aos ilustres prisioneiros do colarinho branco.

O ejaculador imoral da folha* quer nos fazer acreditar na santidade da oposição; nunca antes na história deste país o risco de condenação de políticos foi tão passível de ocorrer mas, esqueceu-se o ejaculador de lembrar que seus parceiros - políticos, jornalistas e anunciantes - também poderão acabar atrás das grades. O precedente aberto pelo STF de J. Barbosa não será capaz de poupar outros atores da corrupção.

Ou será? O tamanho do corporativismo e do poder da velha é midia seria tão mais forte que a jurisprudência criada pelo STF?
Ou a oposição e o jornalismo brasileiros não são corruptos, corruptores e imorais?

Quando sua hora chegar, os ejaculadores de hoje talvez precisem usar fraldas de incontinentes...

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* Este blogueiro recusa-se a grafar os nomes dos jornais folha, globo e estadão, e da revista veja, com as iniciais maiúsculas.

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9 de set. de 2012

O poder SUPREMO da LEI.

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A Constituição do Brasil é bastante clara quanto ao poder de cassar um mandato político: cabe ao Congresso Nacional esta tarefa, depois de recebida a denúncia, devidamente analisada nas comissões internas e votada em plenário.

Uma hipótese possível de acontecer na Ação Penal 470, vulgo "mensalão, após a condenação do Deputado Federal João Paulo Cunha, é a cassação de seus direitos políticos. E, ainda, o mesmo ocorrer a José Dirceu.

No caso de JPC, Deputado Federal eleito, a cassação deverá obrigatoriamente passar pelo Congresso, nos trâmites e ritos de todos os anteriores depois de mera denúncia no Conselho de Ética pela oposição. É bem provável que seus pares sigam a decisão do STF. Seria desgastante demais inocentá-lo e permitir que circule nos corredores da Câmara, caso não seja preso.

Mas, e se JPC não for cassado? A oposição entraria com ação no STF? E o STF, reverteria decisão do Congresso, mesmo contra a Constituição? Contra a LEI?

No caso de Dirceu, a situação parece ainda pior.
Ao imaginar que seja condenado pelo STF - leia abaixo opinião* deste blog a respeito do resultado do julgamento - e tenha seus direitos políticos cassados, por já ter sido cassado pelo Congresso Nacional quando ainda Deputado, e hoje ser um cidadão comum, não será legalmente possível instaurar processo político no Congresso Nacional.

O STF terá como condenar o mesmo réu duas vezes pelo mesmo crime?
Ou, caso não seja cassado pelo STF, José Dirceu poderá ser candidato em 2014, ser eleito e passar a ter voz?

Como se vê, o poder SUPREMO da LEI, ao ser respeitado, pode escancarar um absurdo jurídico não imaginado.
A midia vai pirar!
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* Este blogueiro acredita que o STF não irá condenar José Dirceu. As provas são muito tênues, não há qualquer indício de sua culpa a não ser testemunhos esporádicos e comprometidos com a oposição, além de que, na análise das razões do fatiamento da AP 470, o Ministro Relator Joaquim Barbosa oferece maior chance de inocentar José Dirceu que se todos os Ministros julgassem todos ao mesmo tempo; ainda, por não ter permitido ao Ministro Cezar Peluso oferecer seu voto sobre Dirceu.


5 de set. de 2012

JABOR: UMA AULA DE CINISMO.

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Arnaldo Jabor saiu em defesa do nestafo FHC e seu infeliz artigo publicado domingo.
Aliás, foi o único.

Tangenciando o tema, começa acusando o marketing político de perverso; diz que as campanhas eleitorais são insinceras; num delírio intelectual chama Lula de "showman". E por aí vai destilando seu veneno, típico dos ressentidos.

O alvo é a eleição municipal de São Paulo e a derrota iminente de seu eterno candidato, Zé $erra.
Atira, é claro, contra o PT de Haddad e, principalmente, contra Celso Russomano, lider isolado nas pesquisas de opinião.

Jabor abusa das palavras ofensivas e não demonstra o menor respeito ao cidadão paulistano quando, em tom crítico, afirma que Russomano é o candidato da Igreja Universal. " ...pode ser que em 2013 a cidade de São Paulo seja governada por Edir Macedo, o rei dos supermercados da fé ...", ele escreveu.

Assim, pretende lincar os não-simpatizantes de $erra àquilo que denominou "islamismo caboclo".

Então, quase que sem querer, chega onde queria: FHC, o nefasto.

Começa o festival de cinismo com arroubos de arrogância. Mais para o desespero, diante do silêncio das vozes que o deveriam defender.

"Tudo começou em 2002 quando, diante dos meus pobres olhos perplexos, Serra não defendeu o governo FHC diante dos ataques de Lula no debate ... nunca entenderei isso". É o que Arnaldo Jabor pensa.

Pobre ex-cineasta!
Sua pobreza mental se escancara diante da evidência mais óbvia, mais trivial nos tempos de democracia: o desejo individual de cada eleitor no instante de depositar o voto na urna! Ou de teclar "confirma"!

É possível que ele acredite nas coisas que escreveu, o que o torna ainda mais perigoso. Se não entendeu a razão de $erra não ter defendido FHC, o nefasto, no debate, não foi por causa dos marqueteiros, do semianalfabetismo do brasileiro, mas por medo do eleitor que não concordou com o reinado tucano que arrasou o Brasil durante todo o mandato. Vide a taxa de desemprego e juros deixada para Lula!

Já é hora de cínicos desonestos, do tipo cheirosos e limpinhos, resignarem-se com a nova ordem brasileira. Ou adaptam suas bandeiras às conquistas do início deste século ou seguirão amargando derrota sobre derrota. Até em São Paulo, seu curral eleitoral mais cativo.

Culpar a Igreja Universal é cinismo! É falta de vergonha na cara! Os seguidores de Edir Macedo merecem o mesmo respeito daqueles que admiram o Padre Marcelo Rossi, cabo eleitoral de $erra e FHC. Não li nenhuma linha de Jabor acusando a Igreja Católica de "islamica".

Apenas para esclarecer: este blogueiro não acredita em nenhuma religião.

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1 de set. de 2012

A ARMADILHA DO HOLOFOTE.

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 Entrevista com o Presidente do STF, Gilmar Mendes, em 30 de abril de 2009

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Quem tem mais de 40 anos vai lembrar como era o Brasil no fim do século passado.
Os mais jovens podem recorrer ao bom e velho google para pesquisar.

Uma busca pelos índices de desemprego, de crescimento do PIB, da taxa SELIC, de qualquer outro indicador econômico, vai demonstrar a clara melhora do Brasil do século XXI.

O significado da evolução da saúde financeira da sociedade brasileira, em pouco mais de uma década, evidencia o rumo escolhido pelos brasileiros: geração de empregos com distribuição de renda.

No campo político, as seguidas pesquisas de opinião apontam para a satisfação popular do atual momento do Executivo: desde Lula, e agora com Dilma, os índices de aprovação só crescem. A razão principal, e óbvia, é a sensibilidade do pesquisado em relação a seu bolso.

O que mudou foi a postura do Judiciário.
Para citar o caso recente mais importante, o impeachment do ex-Presidente Collor, vale lembrar que o processo que tramitou no Supremo Tribunal Federal sobre os casos de corrupção não deu em nada. Fernando Collor foi inocentado judicialmente e só cumpriu a pena imposta pelo Congresso Nacional, a perda do mandato e dos direitos políticos por 8 anos.

É provável que os Meritissimos Ministros do STF tenham baseado a sentença nas provas e documentos apresentados, o que é louvável. É o que se espera de um julgamento de qualquer cidadão, embora a opinião pública se sentisse contrariada. O Supremo, como guardião da Constituição do Brasil, não pode se curvar ao papel de agradar a um ou outro. Só deve cumprir a lei.

Mas, hoje, parece que as regras mudaram e os Ministros da Alta Corte vestiram o manto  da vontade própria. Em decisões recentes, palpitaram sobre uso de células tronco, de união homoafetiva, e outros temas de competência exclusiva do Legislativo. Como resultado, os juízes foram expostos em transmissões "ao vivo" pela TV, e seus rostos estamparam primeiras páginas de periódicos nacionais.

Fica a dúvida sobre a independência de um julgador ao ser tratado como celebridade, entrevistado, levado a emitir opiniões fora dos autos do processo.
E mais: escaneados pela midia, submeteram-se deliberadamente às pressões comuns em casos delicados, como este em que analisam a Ação Penal 470, apelidado de "mensalão".

É preocupante. Principalmente quando sabe-se que milhares de processos estão à espera de pareceres definitivos que podem mudar a vida de pessoas e empresas brasileiras.

Afinal, trata-se apenas de cuidar para que não nos surpreendamos com a armadilha que se colocou. A imagem do início deste post poderia muito bem representar a entrevista de um jogador de futebol depois da partida, nunca daquele que precisa estar sereno para decidir se a Constiuição está sendo cumprida.

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